Enquanto o desemprego está crescendo em grande parte do
continente europeu, uma poderosa organização internacional abre centenas de
vagas na Áustria e não consegue preenchê-las. O único requisito é ter uma forte
vocação e assumir um compromisso com o celibato.
Buscando suprir a falta
de interessados na vida religiosa, a igreja católica romana da Áustria lançou
uma ampla campanha em outdoors tentando recrutar candidatos a padres e freiras.
A mensagem com o lema “A
Missão” faz o apelo também por leigos dispostos a dedicar pelo menos parte de
sua vida no serviço social e religioso católico.
Esse tipo de publicidade
de massa para os sacerdotes é rara em qualquer lugar, mas a medida “extrema”
reflete os temores de que a Igreja Católica do país muito em breve não seja
capaz de cumprir a sua missão devido à falta de clero.
A Áustria continua sendo
uma nação de maioria católica, com mais de 64% dos habitantes se declarando
membros da igreja, mas a imensa maioria é apenas nominal.
Como em grande parte da
Europa, as missas andam quase vazias e o número de católicos praticantes está
encolhendo. Na maioria das vezes os motivos alegados são os escândalos da
igreja e a sensação de desconexão do Vaticano com o restante do mundo.
Ao mesmo tempo, o número
de sacerdotes caiu de forma acentuada. São 244 sacerdotes atendendo as
necessidades dos fiéis de 423 paróquias. Em todo o país, a esmagadora maioria
dos padres e bispos têm mais de 60 anos, e não há jovens nos seminários.
Durante o lançamento da
campanha de outdoor, Klaus Küng, bispo de Saint Polten, descreveu a falta de
interesse no sacerdócio como “um problema enorme”. Mas Lukas Leitner, cuja
agência de publicidade desenvolveu o projeto, estava otimista que sua
estratégia daria frutos.
Oitenta outdoors de rua
e 300 pequenos cartazes com backlight foram colocados na província de 1,6
milhões de pessoas. A foto mostra um padre, um diácono e uma freira ladeado por
trabalhadores da igreja. Outra mostra leigos e leigas. O olhar deles é sereno,
a sua mensagem simples: “A Missão: Aqueles que dão recebem ainda mais”. Um link
leva a uma página que fala quem são essas pessoas e por que eles estão
comprometidas com a igreja.
Houve campanhas
católicas que chamaram a atenção no passado. Cartazes de recrutamento
representando agonia de Cristo que remetiam ao alistamento militar na década de
1980 e anúncios nas revistas Playboy e Rolling Stone nos anos 1970.
Porém, Leitner diz que o
conceito é diferente. O desejo é mostrar o clero católico e leigos como os
heróis da vida cotidiana Küng também sugere que as pessoas se relacionam bem
com a simplicidade da mensagem. “Os cartazes mostram pessoas reais… que estão
trabalhando com alegria para a igreja e estão prontos a mostrar isso, colocando
seus rostos diante da câmera”.
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