Paulo César Salgado Oliveira – CBB 2016. |
O
título de tricampeão brasileiro de judô dava a Paulo César a aparência de uma
vida de realizações. No entanto, os cortes em seu rosto revelavam um coração
ressecado, preso na prática de rituais satânicos.
“Eu
passei 32 anos da minha vida sem chorar, eu não me sentia amado, nem em
condições de amar alguém”, disse Paulo César Salgado Oliveira, que hoje é
missionário das Junta de Missões Nacionais da Igreja Batista.
Aos 4
anos de idade, através de seu avô, Paulo César teve seu primeiro contato com o
ocultismo. “Meu avô era da Casa Mística e a minha mãe, muito católica, tomou
uma decisão para que eu não seguisse a religião dele: me colocou numa escola de
padres”, relatou.
Ainda
assim, aos 11 anos, Paulo César teve seu primeiro contato com o Espiritismo
Kardecista através de seu irmão mais velho, que conheceu a prática enquanto
servia ao Exército. Daí em diante, uma religião puxou a outra.
“Através
do Kardecismo eu conheci a Umbanda, aos 13 anos de idade. Aos 25 anos de idade,
eu tive contato com o Candomblé, e aos 33 anos, eu tive conhecimento da
Maçonaria”, conta Paulo.
Dentro
da maçonaria, Paulo César foi incentivado a ser graduado, e conheceu o
satanismo por meio de um feiticeiro. “Hoje carrego marcas no meu rosto.
Tenho um corte na cabeça, outro no queixo e mais dois em cada supercílio,
formando o sinal da cruz, por causa dos pactos satânicos que fiz”,
revela.
Poço do
mal
No
entanto, aos 48 anos de idade, Paulo César esteve prestes a cometer o maior
erro de sua vida: matar a sua família. “Eu estava no fundo do poço do mal”,
relembra.
Vinte
dias antes de cometer o crime planejado, uma de suas irmãs procurou Paulo César
e declarou a ele o seguinte trecho bíblico: “Não se deixem enganar: de Deus não
se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a
sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do
Espírito colherá a vida eterna” (Gálatas 6:7-8).
Nesse
mesmo dia, sua irmã ligou para o pastor Diego Machado, filho de Humberto
Machado, criador do projeto Cristolândia. “Eu estava em minha casa e ele no Rio
de Janeiro. Ele me disse: ‘Compre uma passagem e venha, porque eu quero te dar
um abraço. Se você quiser voltar, eu pago para você voltar’”, conta Paulo
César. “Eu tomei essa decisão e fui.”
Chegando
em seu destino, Paulo César se deparou com uma atitude que transformou sua
vida. “Ele me abraçou, e eu tive esse sentimento de choro, um sentimento de
compaixão. Jesus Cristo entrou na minha vida nesse momento, e eu comecei a
buscá-lo intensamente”, disse ele.
Novas
realizações
Depois
disso, Paulo César decidiu não retornar para sua cidade. Ele ficou, por dois
anos, imerso no projeto Cristolândia, em um processo de recuperação e
restauração. Após passar pelo programa, ele retornou ao litoral de São Paulo
não para tirar vidas, mas para resgatá-las.
“Meu
ex-cunhado, que estava muito envolvido com drogas e bebidas, ficou um ano se
tratando em uma clínica em Itaquaquecetuba. Minha irmã mais velha, na qual eu
ia cometer essa loucura, hoje é cristã, foi restaurada. Minha família toda foi
resgatada”, disse ele, comemorando também o fato de ter se casado tempos
depois.
Os
motivos para celebrar a Deus não param por aí. Hoje Paulo César coordena a
Cristolândia no litoral paulista, é missionário na Junta de Missões Nacionais e
seminarista no curso de teologia — mesmo tendo sido formado apenas até a 4ª
série.
“Eu
tenho três anos e meio de conversão, mas eu vejo que com Deus não é a
quantidade de tempo que você tem, mas é a qualidade de tempo. Eu entreguei a
chave da minha vida nas mãos de Deus. Minha vida pertence à Deus, e eu estou em
transformação”, disse Paulo.
Além
disso, Paulo César dedica seus dias resgatando pessoas através do esporte que
já rendeu grandes premiações a ele. “Hoje sou mais do que campeão, porque cuido
de vidas através desse esporte. Eu dou aulas em cima de Gálatas 5:22, que fala
sobre os frutos do Espírito. Eu tenho feito, através desse esporte, uma
ferramenta para ganhar vidas”, comemora.
“A cada
dia que eu vou me distanciando daquela terra que eu achava que eu nunca sairia,
eu sinto Jesus Cristo me restaurando, me mudando e me qualificando como ser
humano”, diz Paulo César, emocionado. “Hoje eu me sinto mais humano do que ser,
e esse humano é quem pode ter esse sentimento de compaixão, de ser amado e
poder amar.”
Por
Luana Novaes/Guiame - Adiberj
Nenhum comentário:
Postar um comentário