A
natureza de Adão explica muito bem essa dura realidade. Esta é a natureza da
iniquidade que produz frieza e crítica má intencionada, diferente da bem
intencionada. O Senhor Jesus é muito claro em dizer que “por se multiplicar a iniquidade
(injustiça, pecado, perversão, maldade), o amor de muitos esfriará”
(Mt 24.12). É o que está acontecendo na comunidade chamada cristã. Temos um sem
número de membros de igreja frio, insensível, cuidando dos seus interesses pessoais,
familiares (que são
importantes, mas não devem tomar o lugar do Senhor), mimando os
seus “isaques” (que
representam coisas e pessoas que são mais importantes do que o Senhor e o Seu
Reino). Deus determinou que Abraão imolasse o seu filho Isaque no Monte Moriá
porque este estava ocupando o lugar de Deus no coração do patriarca e de sua
esposa, avançados em idade (Gn 22). Deus não admite pessoas e coisas que
estejam acima dele. Abraão e Sara entenderem que o Senhor é a PRIORIDADE da vida.
Muitos
membros de igreja estão frios porque deixaram que o mundo tomasse o lugar
central em suas vidas. Eles se acostumaram com uma tradição de final de semana
(quando os apetece e os atende) e vivem a semana alienada das coisas do Pai.
Não há meditação na Palavra, não há oração, não se tem interesse nas coisas de
Deus. A Bíblia fica esquecida durante a semana. Há muitos que praticam o
catolicismo de domingo. Infelizmente há membros de igreja que dão um péssimo
testemunho no seu ambiente de trabalho. São funcionários frios, bajuladores,
sem excelência, delatores, sem misericórdia, falsos, que prestam um desserviço
ao evangelho de Cristo em vez de darem um excelente testemunho no ambiente de
labor. Sem dúvida, o Mestre está muito triste com o estilo de vida de muitos que
entram e saem dos templos, inclusive líderes. Poucos, muito poucos, têm
compromisso com o Reino de Deus. Temos vivido por vista e não por fé. Há muitos
membros de igreja medrosos, calculistas, meramente racionais e incrédulos
quanto às ações de Deus na História. Não creem mais em milagres. Como Tomé,
desejam ver para crerem. Jesus chamou a atenção do seu discípulo que agiu com
incredulidade (João 20.27-29).
Há
muitos transeuntes eclesiásticos, que caminham no espaço físico do templo, mas
não caminham com os irmãos em amor, compreensão, carinho, afeto, harmonia,
perdão, solidariedade, graça e cumplicidade cristãs. Vivem na formalidade da
religião. Há escribas e fariseus com os seus vícios de pensamento, linguagem,
julgamento implacável e hipocrisia. Jesus os condenou de forma veemente (Mt
23.1-39). Há membros de igreja que não são assíduos e nem pontuais. Eles não
estão preocupados com isso. O mais importante não é o que a Bíblia ensina, mas
o que eles pensam. São donos de si mesmos, são autônomos (são sua própria lei).
Escondem-se, muitas vezes, atrás do seu sorriso, disfarçando um mundo de
ressentimentos, angustia, rejeição, amargura. É muito triste ver irmãos que não
participam da comunhão dos santos, dos encontros informais, das festividades do
povo de Deus. Eles estão mais preocupados com o seu mundo, que inclui a família
e os mais amigos e os mais próximos do que os compromissos com o Senhor dentro
e fora da igreja. Honram mais os de fora do que os de dentro da comunidade da
graça. A igreja de Jesus tem sido relegada a um plano inferior ou secundário na
vida de muitas pessoas que entram e saem dos santuários.
Por que
há membros de igreja frios e críticos? Porque estão amando mais o mundo do que
o Senhor e a Sua igreja (1 João 2.15-17). Estão mais centrados nos compromissos
de agenda pessoal do que nos compromissos do Reino de Deus, com a Sua agenda de
impacto, da Grande Comissão (Mt 28.18-20). Naqueles compromissos não
testemunham de Cristo Jesus. Nestes, não se comprometem. Os compromissos
sociais e corporativos são centrais, enquanto os compromissos do Reino de Deus
são periféricos, sem muita relevância. A frieza e a crítica partem de um
coração insensível e religioso. Este quer aparecer, enquanto o cristão genuíno,
nascido de novo, deseja que Cristo apareça em seu viver, à semelhança de João
Batista (João 3.30). Cristo deve ser sempre TUDO em nós (Cl 3.11).
Só há
um meio de se combater e vencer o espírito frio e crítico da nossa era, dentro
da igreja: a centralidade de Cristo na vida, uma experiência de novo
nascimento, de regeneração, de troca de coração (Ez 36.25,26). O fato de ser
membro de igreja não significa ser salvo, ter a certeza da vida eterna, mas
todo o salvo tem a certeza da vida eterna, sendo um membro de igreja radiante,
entusiasmado, cheio de amor pelo Senhor Jesus e pelas pessoas, pelas quais Ele
morreu. Em Cristo Jesus, podemos vencer a frieza e a crítica ferina, maldosa,
adâmica e destrutiva. Precisamos orar para que Deus aja no meio de nossas
igrejas trazendo renovo, muito amor, comunhão fraterna, cumplicidade,
responsabilidade, assiduidade, pontualidade, doação graça, poder, unção,
afetividade e prazer nos encontros de comunhão.
Precisamos
rechaçar todo o espírito de frieza, de crítica, de fragmentação, negativismo,
desestruturação, incredulidade. Rejeitemos as atitudes de confusão,
maledicência, divisão, discórdia, ciúmes, invejas, iras, meninice, contendas e
todo tipo de esquizofrenismo espiritual-ético dentro da comunidade dos salvos
pela graça de Deus. Sejamos a comunidade do amor, perdão, da aceitação e da
festa. Não entremos na roda dos que só sabem criticar, demolir e desestruturar
sonhos, projetos, empreendimentos que têm a chancela do Espírito Santo. Sejamos
íntegros em todo o nosso procedimento dentro e fora do ambiente eclesiástico
(Fil 1.27). Lutemos pela fé evangélica.
Combatamos o bom combate da fé.
Expressemos uma fé autêntica e não uma crença religiosa. Que o Espírito Santo
nos aqueça no meio de um mundo frio, de uma religião igualmente fria e
insensível. Não aceitemos, em hipótese alguma, palavras de crítica maldosa em
relação a qualquer irmão ou a qualquer líder. Sejamos guardiões da fé, do amor
genuíno, da graça restauradora, que basta; do perdão e do trabalho excelente
que estão em Cristo Jesus. Vivamos, acima de tudo, para a Glória de
Deus, na contramão dos que são frios e críticos em relação à igreja do Senhor
Jesus Cristo, aos seus santos, lavados e remidos no Seu sangue.
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Pastor da Segunda
Igreja Batista em Barra Mansa – RJ
Colunista do Portal
Adiberj
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