O papa
Francisco criticou os integrantes da Cúria Romana e qualificou a alta cúpula do
clero como “a lepra do papado”, em entrevista publicada nesta terça-feira pelo
jornal italiano “La Repubblica”.
As
declarações são divulgadas no mesmo dia em que o pontífice deu início à reunião
do Conselho dos Cardeais no Vaticano, com a intenção de apresentar um projeto
para reformar a Cúria, o que pode ser a maior mudança na estrutura da Igreja
Católica em 25 anos.
Na
entrevista, Francisco considerou a instituição é “muito vaticano-cêntrica” e
que os chefes da Igreja Católica “geralmente têm sido narcisistas, amantes da
adulação e excitados de forma negativa por seus cortesãos”.
“A corte é
a lepra do papado”, disse, antes de emendar que, apesar de a Cúria (governo da
Igreja) não ser propriamente uma corte, existem “cortesãos”.
Nesta
terça, o papa deu início à reunião do Conselho de Cardeais com uma missa na
Casa de Santa Marta. Na cerimônia, desejou que a reunião renda todos “mais
humildes, mais pacientes, mais confiantes de Deus, porque a Igreja possa dar um
belo testemunho às pessoas e vendo o povo de Deus, vendo a Igreja, sintam a
vontade de vir com nós”.
Francisco
explicou que a vida do cristão é a da humildade e a força do Evangelho está
nisso, “porque o Evangelho chega ao ponto mais alto na humilhação de Jesus,
humildade que se torna humilhação”.
A força do
Evangelho “está na humildade, humildade da criança que se deixa guiar pelo amor
e pela ternura do pai”, continuou o papa.
“Bento 16
nos dizia que a Igreja não cresce por proselitismo, cresce por atenção, por
testemunho”, afirmou ele. “E quando as pessoas, os povos veem este testemunho
de humildade, de ternura, sentem a necessidade que fala o profeta Zacarias:
‘Queremos ir com vós’. As pessoas sentem a necessidade diante do testemunho da
caridade, desta caridade humilde, sem prepotência, não suficiente, humilde, que
afora e serve”, disse o pontífice.
O papa
concluiu a missa com um pensamento especial para a reunião com o Conselho dos
Cardeais, exigido por ele para auxiliá-lo na administração da Igreja. “Hoje
aqui, no Vaticano começa a reunião com os cardeais consultores, que estão
concelebrando a missa”.
BANCO
O
Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como Banco do Vaticano,
publicou nesta terça-feira seu balanço anual pela primeira vez desde que foi
criado, há 125 anos.
A
divulgação faz parte de medidas para melhorar a transparência da entidade. A
instituição declarou um lucro líquido de € 86,6 milhões (R$ 261 milhões) em
2012, dos quais € 54,7 milhões (R$ 162 milhões) foram para os cofres da Santa
Sé.
Os outros
€ 31,9 milhões (R$ 96 milhões) são reservados para “eventuais riscos
operacionais gerais”. Em 2011, o lucro da entidade foi de € 20,3 milhões (R$ 61
milhões).
Até agora,
o Banco do Vaticano, que tinha sido incluído na “lista negra” das instituições
financeiras em função de seu secretismo, não publicava suas contas.
O novo
presidente da instituição, Ernst von Freyberg, nomeado em fevereiro de 2013 por
Bento 16, explicou em entrevista à Rádio Vaticano que “o IOR está comprometido
com um processo de exaustivas reformas para promover os mais rigorosos padrões
profissionais”.
As
mudanças incluem a “implementação de rígidos processos contra a lavagem de
capitais e a melhora de nossas estruturas internas”, acrescentou.
Um
documento de mais de cem páginas contém ainda um resumo das contas dos
primeiros oito meses de 2013 e um relatório de uma auditoria internacional.
No total,
o IOR administra 13.700 de contas de membros do clero e funcionários e
ex-funcionários do Vaticano.
DAS
AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Fonte:Portal Padom
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