“Que absurdo! Fulana não quis parar para me dar um autógrafo”, “misericórdia, quando não era ministro de louvor conhecido, sicrano parava para conversar comigo. Agora, nem uma foto quer tirar”. Nos dias de hoje vivemos um tempo na igreja em que muitos não têm o discernimento sobre o que é a idolatria. Pensam que é somente adorar e rezar para santos. Mas não têm noção que comportamentos como esses citados acima também são idolatria.
Segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, idolatria é “amor excessivo, admiração exagerada”. “Na Bíblia, idolatria é colocar qualquer coisa ou pessoa no lugar de Deus, é dar mais valor a elas do que ao próprio Deus”, explica o pastor Charles Campos. Em todo o tempo precisamos vigiar para não colocarmos nada nem ninguém no lugar que é de Deus em nossa vida. Isso acontece em qualquer situação, seja em relação aos parentes, aos sonhos, aos bens materiais etc.
Mas o motivo deste texto é alertar sobre a idolatria dentro da igreja, aos líderes cristãos. Na Bíblia lemos que devemos amar, obedecer e honrar nossas autoridades, que foram instituídas por
Deus, mas alerta sobre a moderação. A partir do momento em que esse amor se torna um sentimento exagerado, ele perde a essência e leva a pessoa a idolatrar o seu líder. O perigo disso é que o líder também é ser humano e, da mesma forma que o liderado, corre o risco de cair em tentação e cometer erros. Quando isso acontece, muitos se desviam do evangelho decepcionados. Porque não olharam para Deus, mas para o homem.
Na música gospel isso também está acontecendo. Os “fãs” dos ministros de louvor choram, gritam e pisam uns nos outros para terem uma foto. Todo esse choro devia ser por almas perdidas e os gritos de júbilo ao nosso Senhor. E o empurra-empurra não deveria existir, pois, não há nada que mereça tanto empenho e sacrifício além de viver uma vida de santidade.
Pergunto-me por que será que isso está acontecendo com tanta frequência e intensidade. Deus foi muito claro quando disse: “Nunca adore nenhum outro deus, porque o Senhor, cujo nome é Zeloso, é de fato Deus zeloso.” (Êxodo 34.14) Deus não divide a sua glória, então, não podemos pensar que fulano ou fulana “canta muito”, “é demais” ou “me emociona”. Pois tudo vem Dele, por Ele e para Ele. Fulano e sicrana na verdade são instrumentos, vasos nas mãos do Senhor.
Elogios, inspirações e admirações fazem parte do reconhecimento que damos aos talentos e dons que o Senhor deu para nossos líderes de louvor e da Palavra. Mas o que tenho visto são pessoas frenéticas por esses líderes, que fazem de tudo para terem uma foto ou um autógrafo. Desafiam outras autoridades para infringirem ordens, fazem baderna para entrarem no local onde os líderes estão e são mal educadas quando conseguem chegar perto – querem fotos, autógrafos, beijos e abraços.
Não sei se é o mundo que está entrando nas igrejas ou se são os cristãos que estão indo atrás das modinhas do mundo. Precisamos nos posicionar diante disso. O arrependimento é o primeiro passo para que isso acabe. Vamos clamar e ensinar os novos na fé a abandonarem as práticas do mundo, como a idolatria às pessoas. Vamos exortar em amor nossos irmãos que estão abrindo brecha para a idolatria aos próprios líderes. Que possamos deixar o temor e tremor a Deus moldar nosso coração para rendermos culto e adoração somente a Ele. “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá.” (Gálatas 6.7)
Postado por Sérgio Ramos/ Diácono
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